UMA VIDA DE CINEMA



Não há como fugir. Após um filme, fico pensando como seria se fosse comigo. Que reação eu teria diante de um problema, de um acontecimento dádivo, de um conflito interno. Até “enrugar” a testa eu enrugo pensando tal coisa. Não tenho receio algum de dizer que tenho histórias para recontar no cinema mesmo tendo algumas que prefiro não lembrar, porém outras são dignas de franzir a testa. Nesta madrugada assisti outra vez “O amor pode dar certo”, com Amanda Peet ( uma insônia que me fez um bem danado) e fiquei imaginando que bastou o anúncio de somente alguns dias de vida para que tudo se tornasse tão intenso e cinematográfico e levar as pessoas a sentar diante das telas. Quase tudo me faz escrever e quando se trata de comparações de cenas da minha existência, é muito mais prazeroso. Percebo, sinto e faço as coisas com grandiosa naturalidade e intensidade. Não sei deixar tudo para os “últimos momentos”. O agora é sempre o último. Por isso, muitas vezes me chamam de “boba”. Mesmo assim vivo nesta opção e por isso quase nunca tenho novidades loucas, poucas e passageiras para contar às minhas amigas. As minhas novidades parecem sempre as mesmas. A vida é bem mais interessante porque vivo momentos de divindade durante anos, arraso os corações mais dispostos porque também tenho um coração disposto ( ele nunca foi preguiçoso), rodeio como furacão as coisas que quero, tenho a minha FÉ. Não há como saber ou prever o que vai acontecer e por isso não canso de viver intensamente e ter uma vida digna de cinema.


Cada um escolhe a sua cena.


Quinta, 01 de maio de 2008.


SANDRA DUARTE

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